15 de dezembro de 2014

Depois da leitura do texto "Madrugada" de Jorge Amado

As narrativas elaboradas com personagens que são a personificação de referências temporais, fenómenos atmosféricos, ou outros:
 
A Rosa Maria e o coala João
 
 
A lua, aquela preguiçosa, não queria sair da sua cama de estrelas mas, lá veio o senhor Sol, feliz e radiante acordá-la como fazia todas as manhãs e lá foi a lua para o outro lado da terra, dormir, outra vez!
Entretanto, a menina Rosa Maria, aperaltou-se toda para a chegada do abelhão Chico. Vestiu o seu lindo vestido de pétalas vermelhas e colocou o seu perfume mais bem cheiroso, como fazia todas as manhãs desde que brotara.
As horas iam passando, mas do abelhão Chico ninguém sabia nada. Então, de repente, apareceu aquilo que, para a menina Rosa Maria, era um urso com orelhas excessivamente grandes. Ela tremia de medo e quando o urso se virou, a menina Rosa Maria desmaiou e o urso, que afinal era um coala de nome João, foi chamar os castores que eram quase médicos e estudavam na Universidade Coimbranimal. Estes decidiram que seria melhor levar a menina Rosa Maria para o Animospital e para isso tiveram de a tirar da terra e puseram-na num vaso para poderem movimentar-se facilmente.
O senhor coala que tinha ficado muito preocupado com o desmaio que tinha provocado à menina Rosa Maria, acompanhou-os até ao Animospital e permanecia junto da cama da Rosa Maria, agarrando-lhe numa das folhas lisinhas que era a sua mão.
Quando a menina Rosa Maria acordou, assustou-se mas o coala João sorriu e explicou-lhe que não fazia mal a ninguém e que não era um urso. As pétalas da Rosa Maria brilharam e espalharam um leve perfume pelo ar.
Desde então têm sido vistos muitas vezes a passear pelo jardim. Dizem as flores mais coscuvilheiras que a menina Rosa Maria já esqueceu o abelhão Chico…        
Ana Sofia Cardoso, 8.ºA
 
Um amor molhado
 

Certo dia, um dia sem cor, sem sol e sem alegria, em que as mais pequenas e mais altas flores murchavam, onde a relva verde e brilhante, estava seca e pegajosa, um girassol apaixonou-se por uma gotícula de água. Foi uma paixão impossível, de segundos, diferente…
Quando a manhã chegou e o sol renasceu, fraco, com os seus raios a tremer pensando para si mesmo se iria fortalecer a relva seca que antes fora verde e brilhante, a relva começou a sentir-se molhada, sentiu as gotas de água e aquele campo sem cor, sentiu-se cintilar, pois chuva era coisa que ali faltava, era coisa rara.
Para além dos montes, das árvores gigantes que faziam sombra, existia um girassol que se sentia fraco e murmurava, por vezes, para si mesmo, se algo de fascinante lhe iria acontecer. Foi então que ao sentir a pétala da sua flor ligeiramente molhada, elevou o olhar para as nuvens que não se cansavam de espremer toda aquela água.
Nessas águas ele não sabia que ali havia algo diferente. Era uma pequena gota de água que baloiçava no vento e que pousou calmamente no seu cume áspero. O olhar do amarelo e brilhante girassol fixou-se naquela gotícula de água que tanto ansiava. Aquela gotícula frágil e envergonhada que o olhava trémula.
Mas nada pôde fazer, nada pôde dizer. E ali ficou, quieto a ver aquela gotícula a secar, a desaparecer na sua pétala, suspirando e imaginando como seria a sua vida com ela, para sempre. Enquanto isto, a chuva molhava a sua face, o seu caule os seus pensamentos.
Catarina Santos, 8.ºC

Existem coisas além da escuridão


A noite vem chegando rápida. Hoje ela chegou mais cedo. Eu penso que ela é uma apavorada, tem horrores às trevas.
Quando a noite parte o sol chega lentamente, o preguiçoso, apoiando-se nas nuvens, a pensar em todo o trabalho que tem pela frente. Abre os olhos, começa por acordar o campo e só depois acorda o mundo.
Samuel Morão, 8.ºA

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